12 maio 2005

13 de Maio

Ser-me-ia fácil, como ateu (não gosto da palavra ateia) convicta, fazer piadas
sobre a ida a Fátima. Sobre o novo desporto nacional... ir a Fátima a pé.
Não o faço. Respeito-me. Respeito a convicções dos meus amigos crentes, praticantes ou não.
Às vezes não respeitam as minhas convicções, mas eu tento...
Houve momentos da minha vida que teria sido mais fácil ultrapassá-los se acreditasse num Ser supremo, na vida para além da morte. Nunca encontrei nenhum crente que entendesse isto.

O meu amigo P. chegou hoje a Fátima a pé. Há dois meses o filho esteve em estado grave. Prometeu ir a Fátima. Já cumpriu. Deus também. Será isto uma troca?

Quando a minha filha morreu, no hospital onde eu estava internada, uma paciente
disse-me para não chorar porque agora tinha um anjinho no céu para olhar por mim e pela minha família. Em silêncio chamei a mulher de todos os nomes.
Como seria mais fácil se acreditasse que, um dia, poderia voltar a estar com ela.
Beijá-la, abraçá-la.

Decididamente a Vida não é fácil. Viver é alegria, é percorrer um caminho.
E...caminhar faz bem à saúde!!!!

5 comentários:

Anna^ disse...

Hà coisas dificeis de acreditar,sendo crente ou não.A 1ª perda que me marcou tinha eu 11 anos...perdi uma das minhas irmãs,com 18 anos...foi um golpe duro,e mais duro a dor q se instala nos pais sem q haja Algo ou Alguém q possa acalmar esta dor inicial.
Por isso percebo-te!

bjokas ":o)

Tão só, um Pai disse...

... não sei o que é, mas aperta-me o coração só de pensar que o mesmo poderia acontecer a um dos meus ... também acredito que ela é um anjinho, a olhar para ti, todos os dias ...

Anónimo disse...

É indescritivel o que se sente só de pensar que isso pode acontecer a um dos meus! Sei que a amas e ela tb te ama mesmo não estando contigo!

AnaBond disse...

(vim aqui parar por causa da anna^, a culpa é dela ;))

vivo dia a dia... não sei se amanhã estarei cá... também perdi quem amava e quem me amava bem cedo (o meu pai). e ainda hoje me custa e também não tenho 'a quem recorrer'.
mas acredito que ele é a minha estrelinha... claro que me apeteceria bater em quem me disse isso na altura. mas agora acredito.

abraços, e muita força... não imagino o que pudesse fazer se o mesmo me acontecesse a mim.

(desculpa o 'atrevimento')

Raquel Vasconcelos disse...

Vim agradecer a tua mão...

(entretanto escrevi um comentário e perdeu-se...)







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Pelo que li e pelo vazio que senti de não estar a ser capaz de conseguir falar... vou apenas escrever algo...

Sendo a vida algo 'único', estendo-te também a minha mão se dela precisares, e prometo-te que de tudo farei, até aos meus limites, para que ela esteja para sempre aqui...