Tal como a
Rita tenho uma luta antiga com a TV nas escolas.
Com estes anos todos de mãe já é mais uma guerra. Aberta.
Começou há 17 anos com a entrada da Marta no Infantário. Sempre que a educadora de ausentava as auxiliares
prantavam os meninos frente à televisão. Com cassete de videos infantis ou com os programas dos 2 canais televisivos existentes na época. Sem critérios.
A primeira vez que coloquei timidamente (como mãe de primeira viagem) a questão numa reunião, fui bombardeada com pérolas do género: "assim ao menos estão sossegados", "assim não se sujam", "até dormem melhor - como em casa"... A TV tinha sido comprada no ano anterior, com o dinheiro duma tômbola organizada pelos pais (por sugestão das educadoras!!!).
Engoli em seco, mas fui dizendo que talvez fosse melhor só os filmes. Não me ligaram nenhuma. Forasteira armada em engenheira!
No ano seguinte entra o André, no mesmo Infantário, para outra sala.
Um dia fui buscá-los mais cedo e encontro a sala dele a ver, com a educadora e auxiliares, a telenovela brasileira do canal 1. Mandei a boa educação às urtigas. Falei alto e em bom som. Queixei-me à direcção da escola. A televisão foi retirada das salas lectivas, foi para a sala do ATL.
Tal como à Rita, as funcionárias passaram a falar enviesado. Algumas mães idem. Outras que nunca me tinham falado, passaram a falar e dar palmadinhas.
Na escola primária dos mais velhos não havia antena de televisão e o aparelho servia apenas para verem filmes educativos.
Quando a Teresa foi para o infantário verifiquei que havia televisão no espaço comum, que serve também de ATL. Fui acompanhando que não era usada nos tempos lectivos. Mesmo no ATL era usada mais para passar filmes.
Na escola primária há tv no ATL, onde encontrei, na semana passada, um enooorme poster da Floribela! Perto dos crucifixos que teimam em manter pelas salas de aulas e corredores.
Outra das minhas "birras". Por que tenho que ter crucufixos nas escolas públicas? Supostamente laicas? Nunca me responderam, mas mantêm-se. Dois anos depois de ter colocado a questão...
No infantário do
ano passado do Alexandre a questão TV tinha que vir à baila. Aqui havia aparelhos em todas as salas e tv cabo paga pela Associação de Pais. Durante todo o ano tentei, em todas as reuniões, forcei como membro da direcção da dita Associação, que, pelo menos deixassem de pagar a assinatura da tv cabo. A presidente da Associação nunca a chegou a cancelar!
Porquê? As educadoras achavam os programas do Panda muito educativos!!!!
Este ano o Alexandre está noutro infantário. O mesmo que frequentou a Teresa. A TV mantém-se só no ATL e, pelo que vi até agora, com filmes e pouco ligada.
Com a experiência (ou será da idade?) já não tenho pachorra para me calar.
Falo alto.
Incomodam-me estas
merdices.
Cada vez mais me convenço, que um dos maiores problemas nacionais é precisamente esse.
Calamos.
Consentimos.
Demasiadas vezes.