25 março 2006

Mais uma razão para visitar Viseu

Tricotadeiras deste país, juntem-se a nós. Este bar, no centro da cidade, torna-se muito agradável com ou sem tricot.

Vamos tomar um copo e fazer tricot?

Texto de Fernando Giestas

Quero uma cerveja, um livro e as agulhas para tricotar mais um bocadinho do cachecol, por favor.
O pedido, embora ficcionado, faz sentido num bar da cidade de Viseu, denominado Solar das Tradições. Ou SDT, se lido como sigla e de uma forma mais moderna.
As agulhas e a lã, nas mãos dos clientes “artesãos”, estão a construir um cachecol gigante ou comunitário, desde o início do Inverno passado. Agora é Ondina Pinheiro, de 18 anos, que tricota. “Todos os dias faço um bocadinho”. A lã tricotada tem uns nove, dez metros, enrodilhados num cesto.
A estudante é presença frequente no SDT, ao Mercado 2 de Maio. Aprendeu a tricotar com a proprietária do bar, Manuela Moreira, e ela própria já ensinou “muita gente” no manejo das agulhas. “Já é uma moda. Muita gente vem cá de propósito para fazer tricot”. Daí que seja habitual os pedidos para passar a vez. “Olhe, se não se importa, daqui a um bocadinho gostava de tricotar um pouco”. E as cores da lã a utilizar, fornecida pelo bar, também ficam ao critério de quem tricota. “No outro dia estiveram cá umas raparigas que quiseram acabar o cor-de-laranja para mudar de cor”.
Na mesa de Ondina Pinheiro estão os amigos Filipa Ribeiro e Diogo Almeida, também de 18 anos. Ela é habitual “tricotadeira”, ele nem por isso. Mas “há mesmo muitos rapazes que fazem” tricot no bar. Manuela Moreira, autora da ideia, diz que “mulheres, homens, dos oito aos 80 anos, toda a gente pode fazer”, e faz, o cachecol gigante. A ilustrar as palavras estão fotografias, afixadas nas paredes e no tecto do bar, de alguns dos clientes artesãos. “Temos muita gente que vem de fora, Lisboa, Porto Coimbra, para entrar na brincadeira”.
Manuela Moreira gere um “bar um bocadinho diferente” dos demais, onde coabitam música moderna e menos moderna, produtos regionais e capuchas e alfaias agrícolas expostas nas paredes. Trata-se de “dar sequência a tradições antigas” num espaço “que não deixa de ser uma tradição actual”. E há os livros. Explique Manuela: É uma “biblioteca de clientes para clientes”. Um estímulo à leitura com livros dos próprios frequentadores do bar.
ed. 210, 24 de Março de 2006

6 comentários:

Avó do Miau disse...

Õlá Eva, passei para espreitar o seu blog e desejar-lhe a continuação de um fim-de-semana feliz!
Daniela Mann

aos meus olhos disse...

Olá Eva, não chego a perceber, cada qual leva o seu tricot, ou só tricotam no "da casa"??
bjito

Eva Lima disse...

Ana,
as duas coisas, mas existe um cachecol infinito para todos.

Anna^ disse...

Uma ideia muito original e que sem dúvida realça alguns valores.
Apesar de não tricotar era um sítio que adorava conhecer...quem sabe um dia desses!

bjokas e uma boa semana ":o)

Preta disse...

Oi Eva,
obrigado pela visita.
Me parece super legal este lugar, quem sabe apareco por lá um dia que visite Portugal. Só que não sei tricotar, nem ao menos como segurar nas agulhas. Minha filha aprende na escola e fez um bonequinho para mim tipo dos seus, que são um lindinhos.
Abracos Beth

CGM disse...

Adorei a ideia, mesmo, mesmo!

Aveiro parece-me ser uma cidade mesmo simpatica.

Beijinho