05 janeiro 2006

Uma manhã passada no hospital de São Teotónio - Hospital Distrital de Viseu

Estou mais cansada do que se tivesse feito a maratona.
Os corredores do hospital de Viseu são compridos, sem fim.

O filhote grande - André, 17 anos - acordou com fortes dores de estômago. Nada de novo. Nos últimos dois anos tem tido episódios frequentes. Há um ano foi-lhe diagnosticada helicobacter pylori - (úlcera péptica).
Desde os primeiros sintomas até ao diagnóstico foi uma longa travessia de sofrimento. Tanto em dor física (dele) como dor de acompanhamento e ansiedade por não sabermos a causa (nossa). Muitas consultas em diversas especialidades e muitos e variados exames complementares.
Pelos vistos não é muito comum nesta idade, daí o difícil e tardio diagnóstico.
Depois foi medicado e as complicações desapareceram.
Hoje acordou com dores idênticas.

Como agir? Pela lógica (pelo menos para mim): contactar a médica que o tratou e acompanhou.
Sei que trabalha apenas no Hospital, na pediatria. Dirigimo-nos para lá, a médica está nas consultas externas, informam-me.
Tento marcar consulta, chegar à fala com ela. A segurança não deixa entrar, não se pode marcar consulta para hoje. Impossível.
Lá consigo ludibriar outro segurança, noutro corredor (ainda bem que conheço os labirínticos corredores deste hospital!), entramos nas consultas externas, consigo falar com a médica. É muito simpática, como sempre, mas diz-me que não o pode consultar hoje, porque só pode fazer as marcações (!!!), remete-nos para as urgências pediátricas, para onde vai enviar o relatório médico e os últimos exames, feitos há 15 dias.
Na urgência pediátrica não o querem atender por ter mais de 15 anos, digo que venho por indicação da Dra. X, consultam fulano e sicrano e aceitam consultá-lo.
Isto tudo vivido com um adolescente cheio de dores que já quer é ir para casa deitar-se.
Espera, 1ª consulta, telefone para a Dra X, que entretanto tinha telefonado o diagnóstico negativo de helicobacter pylori, exame de palpação, urina (normal), ecografia (normal), saber de possibilidade de endoscopia (possível só daqui a um mês), consulta (telefónica) com a especialidade de gastro.
Receita de comprimidos para tomar durante um mês, e nova consulta para 8/2 com a médica X.


A dor já acalmou e já almoçámos.
Fica esta sensação de burocracia infinita, contornável se formos chatos, muito chatos. De impotência.


Aparte: o prémio Nobel da medicina de 2005 foi atribuido aos cientistas que identificaram o dito helicobacter pylori.

5 comentários:

Bekas C. disse...

Já percebo melhor a tua desilusão com os hospitais e afins....
As melhoras para o André.
;)

Anna^ disse...

Cá em casa já se passou por isso tb(com o marido),e é desgastante fisica e psicológicamente e como bem dizes uma sensação horrivel de impotência!
Espero q tudo corra bem c o André e que o diagnóstico surga o mais rápido possivel para o aliviar e prevenir de dores como essa :(

Uma bjoka enorme Eva...

bounty disse...

=/ as melhoras para o André!! :)

Beijinhos

Raquel Vasconcelos disse...

As melhoras para o filhote e um beijinho grande!

AnaBond disse...

confesso que estas burocracias tiram-me do sério.

as melhoras para ele...