05 julho 2007

Susto dele

Quinta-feira à tarde. Dia de natação da Teresa. Levo também o Alex e o cão e aproveito essa hora para dar um longo passeio com eles pelo Fontelo. Pelo caminho o Alex quer ir ao parque infantil. Por princípio, não gosto de entrar com o cão nos parques infantis, não por duvidar da higiene do meu cão, mas porque as outras pessoas não o conhecem e não têm que ser cheirados pelos bóbis dos outros. Além disso há muitas crianças que têm medo. E assim o Alexandre entra no parque, que é vedado com uma rede, e eu fico, com bicho do lado de fora, a treinar o Clermont (o cachorro que substituiu a Ollie) e que eu ainda não fotografei mas posso adiantar que é preto e fala francês e, noutra oportunidade, farei um post sobre ele.
Mas voltando à questão, o Alex foi para os escorregas e eu fiquei cá fora mas sempre de olho no filhote, lá dentro estavam algumas crianças e 3 mães e o meu via-se muito bem porque estava vestido de amarelo e branco.
Um pouco à frente há um pinheiro manso enorme que dá óptimos pinhões, como tinha estado vento o chão estava repleto deles. Toca de ir lá apanhá-los. Enchi os bolsos, sempre olhando para o parque, a controlar o rebento. Começo a repara que ele não se mexe do mesmo sítio, sentado ao cimo dum escorrega e com a cabeça nos joelhos. Ali esteve nesta posição uns minutos. Achei estranho, atei o cão ao poste e fui lá ver o que se passava.
Nunca o tinha visto naquele estado, nem quando caiu de cabeça e fomos a correr e a vomitar para as urgências. Chorava compulsivamente, as lágrimas e o ranho caiam qual cataratas e os soluços, os soluços eram de partir o coração. Junto dele estava uma srª a tentar perceber o que se passava mas ele não falava. Só chorava, baixinho, sem berros, mas duma maneira tão magoada, tão sentida que metia dó.
Aflita corri para ele, puxei-o para baixo e abracei-o. O meu menino abraçou-se a mim em desespero: "onde estavas mamã, onde estavas? Porque te foste embora?"

Depois de muitos beijinhos, muitos abraços apertados e muitas desculpas fiquei a saber que ele deixou de me ver, chamou uma, duas vezes, eu não ouvi (a distância era curta mas as crianças fazem barulho) e concluiu que eu me tinha ido embora. Sem ele.
Ficou mesmo desesperado.

Com estes anos todos de mãe ainda não me tinha acontecido uma igual.

Depois, para compensar,partimos e comemos os pinhões todos

9 comentários:

Bekas C. disse...

Tadinho!!!

A mim também já me aconteceu isso:

Na altura do Natal aproveitei que a Francisca estava entretida a ver tv e fui esconder os presentes na garagem que é "dentro de casa" mesmo (a porta da garagem dá para o nosso hall de entrada)não demorei 3 minutos, quando entro já vem a míuda a chorar baba e ranho do 1º andar sem saber de mim...
Ficou com um trauma que durou mais de 2 anos! Vi-me aflita com isso, parecia uma autentica sombra minha e sempre a perguntar onde vou, nem ao WC podia ir sózinha...

Espero que não aconteça o mesmo ao Alex!

Beijokas

;)

aos meus olhos disse...

Bolas! Que susto! (para ambos)
Mas isso passa com muuuuiiiiito mimo!
Bjitos e um bjito especial para o Alex.
ana


(E quero saber que raio de c�o � esse que fala franc�s... A� em casa � assim tudo especial de corrida??!))

Alecrim disse...

Coitadinha da criança!
E imagino a tua mágoa, também...
Mas já passou, e comeram os pinhões... ;)
Porque é que o cão fala francês? Quem lhe ensinou? E a pronúncia, é boa?

Anna^ disse...

Imagino a aflição dele para ter ficado nesse estado.Nada como uma partilha de pinhões e um toque franciú canino,para ajudar a resolver o problema ;)

beijo

ddm disse...

A C. também não gosta de nos perder de vista, pode a andar a brincar mas está sempre de olho em nós (e nós nela!).

Já nos aconteceu uma situação semelhante, mas os gritos da minha filha ouvem-se à distância e rapidamente estávamos ao pé dela. :P

Bjs

Alda Benamor disse...

Li o post com as lágrimas nos olhos...

CLS disse...

Q aflição q ele deve ter sentido, tadito! Mas já passou e os pinhões devem ter sido um bom consolo :)
Beijos

(cão q fala francês ?!)

Carla O. disse...

Oh pisquinho... imagino a aflição dele.
Já aconteceu lá em casa com a Inês - avisei que ía estender a roupa, por ex., e ela não deu conta, quando voltei chorava baba e ranho...
Ainda bem que não saiu à tua procura.
Valeu os pinhões :)
Beijo grande

AnaBond disse...

ai, que dor no coração... tadinho.
beijos (tenho um mail a dever-te... mil e uma desculpas. lembrei-me agora. vou acabar de ler os teus posts e já vou responder).