20 julho 2005

Regresso

O que é bom acaba depressa. Não se regozijem seus invejosos! A esta semana de trabalho segue-se outra de férias.

Na Sexta feira telefonou-me a professora do 2º ano da escola da minha filhota mais pequena, muito alterada, a exigir a entrega imediata da acta da dita reunião. Respondi-lhe que lhe tinha dado a cópia da acta quando ela a assinou. Desligou sem uma palavra de explicação, um obrigado, desculpe ou adeus.
À noite ligou-me o presidente da Associação de Pais a perguntar se podia estar em Viseu na Segunda feira. A inspecção escolar tinha marcado uma audição, no âmbito da queixa contra a professora, apresentada pela encarregada de educação de uma aluna do 2º ano. Compreendi a alteração da senhora.

Como relatei aqui fiquei muito incomodada com o que se passou nessa reunião. Depois de redigir a acta passei-a para ir sendo assinada pelos presentes. Como é habitual nestas situações, demorou bastante a recolher todas as assinaturas. Uma das últimas (um mês depois) foi a mãe da menina epiléptica. Na ocasião perguntei-lhe se os problemas estavam resolvidos com a filha e a professora. A senhora olhou para mim com um olhar triste e disse-me que não. Apesar de nunca mais ter batido nas crianças, tinha passado a humilhá-las. A filha era um dos alvos preferidos, talvez por a mãe e o pai, a terem denunciado tão veementemente na reunião. A criança não estava bem. Nessa semana ia ter uma consulta médica regular de acompanhamento e depois veria se tirava ou não a filha desta escola.
Ofereci-me para a ajudar e dei-lhe o meu número de telefone. Nessa semana telefonou-me. A chorar. Os médicos que acompanham a menina desde os 3 meses, um psicólogo e um neurologista, diagnosticaram-lhe uma depressão. Tinha um relatório médico a comprovar. Queria apresentar queixa contra a professora só que não sabia como e onde. Foi dizendo que só tem a 4ª classe.
Acalmei-a.
No dia seguinte reunimos todos os documentos,relatórios médicos, avaliações, acta da reunião, descrevemos o ano lectivo e enviámos para a Direcção Regional de Educação. E...em 15 dias está cá a inspecção.
O resultado? Segundo a inspectora lá para Setembro.

11 comentários:

Tão só, um Pai disse...

Eva, bem vinda. Obrigado pelo teu apoio a esses pais e filha.
Espero que tenham feito excelentes pescarias.

Anónimo disse...

Desejo-lhe um bom regresso e espero que tenha recarregado baterias para a batalha, que se advinha por meritória interessante.
Fico à espreita do final, fazendo votos de que o seu empenho traga as conclusões desejadas.

AnaBond disse...

Espero que tudo corra bem para essa mãe e principalmente para essa menina... isso não é nada normal (nem nos dias que correm nem na 'nossa época').

beijo... e bem vinda... por uns dias... grrr ;)

carla disse...

Eva:

Dou-te os meus parabéns por ajudares esses pais, eu não quero acreditar que ainda acontecem situações destas na nossa educação...

Bem vinda de volta mesmo só por uma semanita...

Bjs
Carla

Raquel Vasconcelos disse...

Eva querida, hoje é só para deixar um beijinho MUITO AGRADECIDO!

(que isto de enxaquecas... ai... retorna-se devagar...)


:*******************************
Miga!

Anónimo disse...

Eva,
Bem vinda! Eu e os micróbios retribuímos o beijinho...à distância.... :o)

Na altura revoltou-me tanto ler o post original...imagina aqueles pais. Ainda bem que os ajudaste! Só espero que alguém faça alguma coisa. Marcas dessas, tarde ou nunca se apagam...

Votos de bom trabalho!

Carla O. disse...

Olá Eva! Um bom regresso!
Estás a ajudar a marcar a diferença, o que é muito importante. Fiquei chocada.
Muitos beijinhos,
Carla e piscos

Raquel Vasconcelos disse...

Oh Eva... e com tudo isto lá se foi um ano lectivo inteiro com a bruxa...

Os adultos são seres malévolos qd o desejam... Essa mulher deve de sofrer algum problema grave e os garotos que levem com ela...

Por vezes estou cansada das pessoas...


Ainda bem que és uma pessoa tão activa na tua forma de sentir e agir. Não sei se teria a tua coragem...

Beijos do coração com muita honra em te conhecer! Mesmo!

Eva Lima disse...

Esclarecimento:
ajudei porque acho importante não calar situações destas. Depois da dita reunião, onde cobardemente me calei, soube que esta turma tinha iniciado a ano lectivo com 17 alunos e 6 tinham pedido a transferência de escola até ao Natal. Porquê? Oficialmente justificaram com a imcompatibilidade de horários, depois da denúncias assumiram que foi por causa da professora. À boa maneira "humana": eu resolvi o MEU problema, os outros que se lixem.

Raquel Vasconcelos disse...

Um imenso sorriso...

Jolie disse...

Olá,

Só hoje li o post original, e fiquei deveras indignada com a situação. Eu não concordo que qualquer tipo de violência seja compatível com boas prácticas de ensino.

Ficam aqui os meus parabéns como te disponibilizaste para ajudar essa mãe e pela frontalidade no anterior.

Espero que esta situação encontre um fim.

Beijinhos
Sandra