11 dezembro 2009

A felicidade a crédito

Numa situação de desemprego e ao abrigo do programa POC, rebaptizado de CEI, estou a trabalhar numa instituição pública. Assim me tornei funcionária pública sem os direitos mas com os deveres e  observadora privilegiada desta fauna tão gabada/vilipendiada (riscar o que não interessa).
Por hoje deixo a função pública em paz.




Sempre trabalhei em empresas onde os homens estavam em maioria absoluta e, talvez por isso, nunca me tinha deparado com os assaltos dos vendedores de escritório. Eu ouvia contar a amigas mas, confesso, nunca tinha prestado verdadeira atenção. Até agora. Neste mês e meio de "funcionária" já me ofereceram (o termo exacto seria tentaram impingir) ouro novo e usado, prata em várias variantes, antiguidades, bijutaria e perfumes, produtos de beleza e os inevitáveis taparuweres.
Olha a grande coisa, dirão vocês.
Não é a oferta que me espanta, já pouca coisa me espanta, o que me deixa de queixo caído é as compras. A forma e o modo.
Nesta instituição pública, onde a grande maioria dos funcionário tem ordenados de três dígitos, tudo se compra. A crédito, com cheques pré-datados.
Eu desconfiava que esta nossa sociedade vivia acima das suas posses, mas não imaginava que havia gente (aparentemente muita) que compra caixinhas de plástico em suaves prestações.

4 comentários:

LP disse...

Juro-te que pensava que isso já não existia... lembro-me de ser pequena e a minha mãe falar (criticar) algumas amigas e tias que viviam assim.

Isabel disse...

na verdade, uma loucura. Há alguns anos que não vejo isso, mas havia uma sehora que ia ao instituto onde trabalho vender ouro, e trazia uma enorme lista de pessoas e dos pagamentos fraccionados. Que se compre uma coisa de que se precisa a prestações, ok. Agora ouro!

aos meus olhos disse...

Por aqui não temos tempo, a não ser para trabalhar, por isso, os vendedores ao 1º NÂO! viram cosas a "rezar". Não, aqui não pega.
bjito

Bekas C. disse...

:(